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Narrativas virtuais em Quadrinhos.

Atualizado: 8 de out. de 2022

Desde sua fundação no séc. XIX a história das HQs confunde-se com a história da América. Espalhados por todo o continente, os quadrinhos sempre constituíram uma forma especial de difundir culturas entendidas como "marginais" e de integrar estas mesmas culturas na esfera dos grandes sucessos editoriais.

Mapa da américa coberto por capas de Histórias em quadrinhos
Arte: Karoline Santos

História em quadrinhos, ou HQ, é o nome dado à arte de narrar histórias através de desenhos e textos em sequência. A primeira história em quadrinhos com as características que conhecemos hoje foi publicada nos EUA em 1894 em uma revista chamada Truth. O autor é o americano Richard Outcault. Alguns meses depois, o jornal New York World começou a publicá-la oficialmente.


Essa HQ denominou-se “The Yellow Kid” e narrava as aventuras de uma criança que vivia nos guetos de Nova Iorque, sempre vestida com um grande suéter amarelo. A personagem comunicava-se por gírias, numa linguagem bastante coloquial, e provocava reflexões sobre a sociedade de consumo e questões raciais e urbanas.

Embora essa seja considerada a primeira história em quadrinhos, é importante destacar que algumas manifestações artísticas que já existiam há tempos serviram como influência para a criação das HQs. Como, por exemplo, as pinturas do século XIV nas igrejas católicas contando o caminho percorrido por Jesus carregando a cruz. Nelas é possível observar a trajetória do julgamento e crucificação de Jesus Cristo através de figuras desenhadas de forma sequencial. Na América do Norte destacam-se Robert Crumb, Frank Miller, Will Eisner e Chester Brown; na América Central: Michael Kaluta e Gabriel Vargas; na América do Sul: Laerte Coutinho, Lourenço Mutarelli e Quino. No Brasil, as HQs rapidamente acharam seu espaço. Especialmente em Pernambuco, foi possível notar o florescimento do mercado de quadrinhos, de tal modo que editoras, coletivos e grupos independentes surgiam em ritmo cada vez mais frequente. Em território pernambucano, não podería-se deixar de citar coletivos como Tereza de Cultura, Casa Do Cachorro Preto e grupos como Recife Assombrado; editoras como Cepe, O Grito, Quadriculando e revistas como Plaf, Continente e Ragu. Dentre milhares de outros exemplos possíveis, os autores e autoras do continente atlântico são de importância fundamental para entendermos os quadrinhos como um todo.

Capa de HQ com morcegos em primeiro plano e torre com cruz no topo, em ultimo plano o céu vermelho e acima o título:  Histórias em Quadrinhos d'O Recife Assombradro
Graphic Novel Histórias em Quadrinhos d'O Recife Assombrado

Contudo, por causa da digitalização de todas as estruturas midiáticas, o mundo das HQs tem se tornado cada vez mais virtual. Tanto grandes nomes como Marvel, DC Comics e Shueisha quanto editoras independentes buscam disponibilizar maior parte de sua produção em formato digital. Não apenas editoras, mas serviços como Kindle contam com dezenas de milhares de HQs virtuais, tornando clara a conclusão de que não é mais possível se pensar em Quadrinhos separados do mundo digital. Quais as possibilidades que este mercado oferece para artistas e escritores pernambucanos? Quais as particularidades desse mercado? Essas são algumas perguntas que o Congresso Navi buscará responder!


CRÉDITOS:

Texto: Bernardo Toscano e Pedro Nemrod

Arte: Karoline Santos

Revisão Geral: Rhayssa Mousinho e Mayra Aparecida




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