Narrativas virtuais em... Animações.
- NA VI
- 8 de out. de 2022
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Desde os primórdios de sua existência, a humanidade tem sido atraída pelo desejo de capturar e representar o movimento, de documentar a realidade que lhe cerca, sejam em paredes de cavernas no paleolítico, sejam em sucessos como “Homem-Aranha no Aranhaverso (2018)”, nos cinemas. Boa parte daquilo que consumimos passa pelo princípio da Animação. O termo vem do latim anima, e significa “alma” ou “sopro de vida”, o que nos faz pensar logo de cara, em como vida e universos inteiros surgem de um punhado de desenhos. Como narrativa, a animação é o espaço propício para imaginação e sonhos tornarem-se realidade.

A maior parte dos pesquisadores da área costumam fazer uma certa linha temporal que muito beneficia produções ocidentais, começando com o curta francês: “Fantasmagorie”, de 1908, produzido por Èmile Comil, que contava com mais de 700 desenhos, inaugurando assim a técnica do quadro a quadro. Os anos seguintes, são todos repletos de novas descobertas e produções cada vez mais ambiciosas. Da rotoscopia, em 1915, que capturava movimentos reais para os desenhos, até o primeiro longa metragem da história escrito e produzido do zero por um argentino (Quirino Cristiano), em 1917, intitulado “El Apóstol”.

Com a popularização da TV, as animações começam a ganhar espaço com o público e a reivindicar seus assentos como parte integrante do cotidiano das pessoas, tendo um aumento com a invenção da técnica de coloração chamada de technicolor. É num mundo assim que nasce o primeiro longa-metragem colorido e com diálogos, “A Branca de Neve”, em 1937. As próximas décadas são ainda mais produtivas com o cinema de animação ganhando força ao redor do mundo, incluindo o Brasil, que quase foi o primeiro país a produzir uma animação totalmente digital, em 1996, tendo perdido por questões de problemas internos para o sucesso massivo de 1995, “Toy Story”.

Dos anos 90 pra cá, muita coisa mudou, ao mesmo tempo em que há uma certa permanência. As técnicas, o modo de se produzir animação, de se contar histórias animadas foram sendo aprimoradas – desde as tecnologias para produção que mergulharam de vez no universo da virtualidade, até o espaço de compartilhamento dos produtos finais –, mas ainda guardam resquícios daquilo que eram a princípio. Ainda relembram aquela velha vontade de dar visão, ao que existe apenas em nossas mentes, de perseguir e representar o movimento, de documentar até mesmo aquilo que não pode ser chamado de real. Boa parte dessas narrativas animadas subsiste na teia virtual, e, diante deste novo paradigma, o que o futuro nos reserva? Após a rotoscopia, e a animação digital e o CGI, o que o mundo das animações virtuais tem preparado para nós?
CRÉDITOS:
Texto: Joana Darck
Revisão: Mayra Aparecida
Arte da capa: Karoline Santos
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