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Narrativas virtuais em... Animações.

Desde os primórdios de sua existência, a humanidade tem sido atraída pelo desejo de capturar e representar o movimento, de documentar a realidade que lhe cerca, sejam em paredes de cavernas no paleolítico, sejam em sucessos como “Homem-Aranha no Aranhaverso (2018)”, nos cinemas. Boa parte daquilo que consumimos passa pelo princípio da Animação. O termo vem do latim anima, e significa “alma” ou “sopro de vida”, o que nos faz pensar logo de cara, em como vida e universos inteiros surgem de um punhado de desenhos. Como narrativa, a animação é o espaço propício para imaginação e sonhos tornarem-se realidade.

Trecho de Homem-Aranha no Aranhaverso (2018)

A maior parte dos pesquisadores da área costumam fazer uma certa linha temporal que muito beneficia produções ocidentais, começando com o curta francês: “Fantasmagorie”, de 1908, produzido por Èmile Comil, que contava com mais de 700 desenhos, inaugurando assim a técnica do quadro a quadro. Os anos seguintes, são todos repletos de novas descobertas e produções cada vez mais ambiciosas. Da rotoscopia, em 1915, que capturava movimentos reais para os desenhos, até o primeiro longa metragem da história escrito e produzido do zero por um argentino (Quirino Cristiano), em 1917, intitulado “El Apóstol”.

Trecho de Fantasmagorie (1908)

Com a popularização da TV, as animações começam a ganhar espaço com o público e a reivindicar seus assentos como parte integrante do cotidiano das pessoas, tendo um aumento com a invenção da técnica de coloração chamada de technicolor. É num mundo assim que nasce o primeiro longa-metragem colorido e com diálogos, “A Branca de Neve”, em 1937. As próximas décadas são ainda mais produtivas com o cinema de animação ganhando força ao redor do mundo, incluindo o Brasil, que quase foi o primeiro país a produzir uma animação totalmente digital, em 1996, tendo perdido por questões de problemas internos para o sucesso massivo de 1995, “Toy Story”.


Trecho de Branca de Neve (1937)

Dos anos 90 pra cá, muita coisa mudou, ao mesmo tempo em que há uma certa permanência. As técnicas, o modo de se produzir animação, de se contar histórias animadas foram sendo aprimoradas – desde as tecnologias para produção que mergulharam de vez no universo da virtualidade, até o espaço de compartilhamento dos produtos finais –, mas ainda guardam resquícios daquilo que eram a princípio. Ainda relembram aquela velha vontade de dar visão, ao que existe apenas em nossas mentes, de perseguir e representar o movimento, de documentar até mesmo aquilo que não pode ser chamado de real. Boa parte dessas narrativas animadas subsiste na teia virtual, e, diante deste novo paradigma, o que o futuro nos reserva? Após a rotoscopia, e a animação digital e o CGI, o que o mundo das animações virtuais tem preparado para nós?



CRÉDITOS:

Texto: Joana Darck

Revisão: Mayra Aparecida

Arte da capa: Karoline Santos

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